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Prof. Eduardo Melander Filho
Muitas pessoas nos têm perguntado sobre a evolução humana. Geralmente todos pensam que o homem descende o macaco e que gradativamente evoluímos ao que hoje nós somos. Isto é apenas meia verdade. Descendemos de um elo comum, mas somos de espécies distintas. Mesmo o Homem atual (Homo sapiens) é completamente diferente de seus antepassados (do gênero Homo e anteriores).
Assim, a fim de explicar de uma maneira séria e comprometida com o conhecimento científico e ao mesmo tempo tentando utilizar de uma linguagem acessível, iniciamos agora uma série de artigos sobre a “epopéia” de nossa espécie desde seu aparecimento.
Nossa origem remonta há milhões de anos atrás, quando surgiu a vida na terra. Formas superiores de vida apareceram apenas recentemente em termos evolutivos: os vertebrados há 450 milhões de anos; os anfíbios há 350 milhões de anos; os répteis há 300 milhões de anos; os mamíferos há 220 milhões de anos e as aves há 150 milhões de anos. Entre o homem atual e o chipanzé, que é o seu parente mais próximo, existe apenas 1,6% de genes diferentes, o equivalente numérico de 50 ou 100 genes.
Gibões, orangotangos, gorilas e chipanzés, pertencem à família dos Pongídeos e os homens (gêneros e espécies antepassados) à família dos Hominídeos. Todos pertencem à grande família dos Hominóides e todos tiveram um antepassado comum. Deste antepassado, gerações após gerações, foram surgindo espécies que deram origem a todas as outras. Em grau de distância do homem, estão os gibões, depois os orangotangos, os gorilas (Gorilla gorilla) e, por último, as duas espécies de chipanzés, o comum e o pigmeu ( Pan troglodytes e Pan paniscus).
Com o estabelecimento de antepassados a cada uma das espécies atuais dos Pongídeos, o mesmo aconteceu com os Hominídeos. Podemos assim estabelecer várias espécies pré-Homo, que possivelmente sejam antepassados desse gênero humano. Em ordem decrescente por antiguidade:Aegyptopithecus; Sahelanthropus tchadensis; Orrorin tugenensis; Ardipithecus kadaba e ramidus; Australopithecus anamensis, afarensis, africanus e garhi; Paranthropus aethiopicus, boisei e robustos.
Até os Australopithecus, o que define formalmente a possível ancestralidade do homem é a postura ereta e o bipedalismo (andar em duas pernas). Eram muito semelhantes aos macacos e não podiam ser considerados ainda humanos.
Restos esqueletais (fósseis) do Sahelanthropus tchadensis foram encontrados no Chade e datado em 7 milhões de anos atrás.
Os do Orrorin tugenensis, encontrados no Quênia, foram datados de 6 milhões atrás.
O Ardipithecus ramidus foi encontrado na Etiópia e datado em 4,5 milhões atrás. Eram habitantes das florestas úmidas. Comiam também frutas, brotos, caules macios e folhas frescas, como o chipanzé. No entanto, seus caninos já começavam a se reduzir de tamanho.
Continuaremos no próximo número.
FONTE:
MELANDER FILHO, Eduardo. A Origem do Homem e da Humanidade. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 31 out 2008 a 13 nov 2008. História, p. 2.
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