Prof. Lic. Eduardo Melander Filho
Recebemos o convite do Sr. Paulo F. para visitar sua chácara de dois alqueires localizada na Serra da Mantiqueira, no Município de Cambuí-MG, a cento e setenta quilômetros da capital paulista. O caseiro do Sr. Paulo havia encontrado um instrumento de pedra polida, com peso razoável, que ele havia tentado “quebrar com uma marreta”, sem resultados. Marcamos então diretamente com o proprietário e viajamos no final do mês de janeiro para Cambuí, a fim de conhecer o local do achado e, também, o artefato arqueológico.
A viagem, realizada integralmente pela rodovia Fernão Dias, teve a duração de duas horas. Chegando à chácara, que se localiza praticamente ao lado da mesma rodovia, fomos muito bem recebidos por todos, dos empregados ao dono daquela gleba. Localiza-se na encosta de uma elevação, tendo em frente um pequeno vale onde passa um riacho. A sede fica exatamente na parte mediana da encosta. Um local ideal para assentamentos Tupis, que fugiam do litoral que estava sendo ocupado pelos recém chegados europeus. Típico local procurado também por antigos grupos pré-históricos.
Tomando contacto com o artefato, percebemos imediatamente que se trata de uma “mão de pilão” feita de pedra, polida, pesando mais ou menos quatro quilogramas. Na verdade, pode tanto ser um instrumento pré-histórico quanto histórico, produzido por grupos étnicos pós-contato (após o descobrimento do Brasil). O caseiro nos contou que o objeto foi achado a sessenta centímetros de profundidade, quando ele cavava um buraco para fixar um mourão na divisa com propriedade vizinha. Disse também que encontrou outro objeto semelhante, mas menor e meio sextavado, que por engano um outro funcionário jogou fora.
Subimos então a encosta. Chegando ao topo, local onde foi encontrado o objeto, examinando uma valeta recentemente escavada, verificamos que, pela estratigrafia (camadas de diferentes sedimentos), nada indicava algum tipo de assentamento humano anterior. Obviamente que essa é uma impressão primária.
Deixamos o local com o compromisso de voltar à região. Necessária é a feitura de estudos mais sistemáticos. Retornaremos logo que se iniciem as obras de uma caixa d’água de dez mil litros, que se localizará exatamente no topo. Certamente outras evidências aparecerão. Daí poderemos ter certeza do que se trata.
Os leitores que porventura saibam ou encontrem algum vestígio que julguem como arqueológico (feito pelo homem) entre em contacto conosco através do seguinte endereço: <edmelander@hotmail.com>. E por favor: não tentem quebrar ou danificar a nenhum deles.
FONTES:
MELANDER FILHO, Eduardo. Vestígios Arqueológicos da Região de Cambuí. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 13 fev 2009 a 26 fev 2009. História, p. 2.
MELANDER FILHO, Eduardo. Vestígios Arqueológicos da Região de Cambuí. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 13 fev 2009 a 26 fev 2009. P. 2. Disponível em: <http://www.gazetadeinterlagos.com.br/colunadoleitor.html#2>. Acesso em: 17 fev 2009.
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