domingo, 18 de maio de 2008

Discurso proferido na Cerimônia de Entronização da EMEF Profa. Marina Melander Coutinho


Excelentíssimas Senhoras e Excelentíssimos Senhores componentes da mesa dessa cerimônia: Prof. Galbas Gomes, Diretor dessa unidade de ensino; Profa. Lourdes Pereira dos Santos, Assistente de Direção; Rosangela Mattos Magro, Coordenadora Pedagógica; Prof. Alexandre Cordeiro, Supervisor de Ensino; Profa. Tathyana Melander Coutinho; Profa. Nicole Fernandes, Coordenadora do CEU Cidade Dutra; Nobre Vereador Arselino Tatto.

Amigos, familiares, membros da comunidade, professores, alunos, demais presentes.

Foi um longo caminho até aqui.

Primeiramente, antes de qualquer coisa, devemos agradecimentos às muitas pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que essa data se transformasse em realidade.

Todos sabem que o processo de nomeação que culmina com uma cerimônia como essa que estamos aqui realizando, é um processo de duração longa. No nosso caso, foram sete anos, desde quando essa idéia germinou num grupo de professores da Escola Paulo Setúbal, juntamente com professores do Beatriz Lopes.

Assim, em nome da família Melander, agradecemos aos professores do Paulo Setúbal e Beatriz Lopes, que tiveram a iniciativa de esboçar esse projeto e realizar abaixo-assinado nesse sentido.

Agradecemos também ao Prof. José Ferreira, que formalmente encaminhou o pedido à Câmara Municipal de São Paulo e ao Nobre Vereador Arselino Tatto, autor desse Projeto de Lei de nomeação.

Nossos agradecimentos às centenas de pessoas, seguramente mais de um milhar, que assinaram o abaixo-assinado dirigido à Câmara Municipal de São Paulo. São colegas da Profa. Marina. amigos, conhecidos, vizinhos, membros da comunidade.

Agradecemos: ao Prof. Galbas Gomes por ter ajudado nessa realização e no desengavetamento do Projeto de Lei na Câmara Municipal, acelerando sua reapresentação; ao Deputado Carlos Giannazzi, aqui presente, parente da Profa. Marina e nosso também, que anos atrás retirou seu projeto que nomearia essa escola como "Carlos Marighella", em prol de "Marina Melander Coutinho"; ao Vereador Ítalo Cardoso, também aqui presente, que se dispôs a ajudar no que fosse necessário pela aprovação do projeto; a todos os Vereadores da Cidade de São Paulo, que votaram favoravelmente ao Projeto, transformando-o em Lei Municipal; ao Prefeito Gilberto Kassab, que sancionou definitivamente essa Lei.

Não poderíamos deixar de agradecer ainda: aos fotógrafos Wagner Gomes do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e Romualdo da Gazeta Mercantil, pelo trabalho de pós-fotografia, propiciando a elaboração do Retrato Oficial da Profa. Marina Melander Coutinho, aqui afixado nesse local de ensino; ao Jornal Gazeta de Interlagos, em especial ao reporter Sérgio Antônio Nunes, pela publicação da Biografia da Profa. Marina; à imprensa que porventura estiver aqui presente; aos nossos pais e sobrinha, por fornecerem as fotos de família que propiciaram a apresentação em power-point nessa cerimônia; ao Vladimir Melander e ao Rinaldo, pela transcrição digital do discurso da Profa. Marina quando paraninfa na formatura de alunos em 1989, aqui também apresentado em projeção; ao Eduardo Melander Neto e à Priscila, que fizeram as instalações de vídeo e som nesse local, garantindo a realização do evento.

E, enfim: aos diretores, professores, pais de alunos e funcionários da EMEF Profa. Marina Melander Coutinho; aos membros da Comissão Organizadora da cerimônia, Professoras Sylvia e Vânia Fernandes, Professores Nílton Oliveira e Walter Alves; aos amigos, parentes, membros da comunidade, professores, alunos e demais presentes nessa cerimônia.

Foi um longo caminho até aqui.

A Profa. Marina Melander Coutinho era uma pessoa muito querida, por todos.

Para nós, estarmos aqui participando dessa cerimônia é motivo de grande orgulho, mas também de grande impacto emocional. Sua presença, de Marina, é como se fosse imanente. Sua ausência física é ainda motivo de muita dor, que não será superada, jamais.

Lembranças de quando conversávamos até altas horas da noite sobre assuntos diversos: Filosofia Pura; Educação; História... Sobre a essência da humanidade... Ela acreditava que o homem é essencialmente bom. Torna-se mau, tanto pelas condições de vida a ele impostas, mas também por opção pessoal. E nessa direção se preocupava em oferecer um sentido de vida à juventude, que ultrapassava os limites da educação formal: uma perspectiva de vida; uma idéia a se agarrar; uma opção pela Ética da Solidariedade em seu mais alto grau. Marina era uma pessoa preocupada com a família, com seus alunos e com o destino da humanidade.

Não quis o destino que ela continuasse a cumprir a missão de sua vida. Foi embora cedo demais nos deixando órfãos, mas passando definitivamente à história pela sua história de vida. E por ter passado à história, transcende a partir de agora a figura da Educadora que foi por opção de vida; tornou-se figura pública, pertencente à comunidade num sentido amplo.

A importância da nomeação de uma escola municipal com o nome de uma professora que atuou na mesma região é também de grande destaque. Quantas vezes escolas recebem o nome de pessoas que nada tem haver com a Educação? Quantas ruas, alamedas e pontes recebem o nome de pessoas sem mérito nenhum, seguramente produto de alguma "canetada" ou de algum acordo espúrio de bastidores? Não é o caso de Marina. A EMEF Marina Melander Coutinho recebeu seu nome por merecimento, por um ato de justiça a todos os educadores. Transcedental é, portanto, a importância do evento.

Mais do que ressaltar a positividade política da nomeação, referenciada na toponímia dos espaços educacionais, ou coronímia se assim quiserem conceber, devemos refletir a respeito daquelas pessoas que queremos alçar à história. Não seria bom se houvesse mais escolas com o nome de outras tantas "Marinas", que de igual forma dedicaram suas vidas em escolas na periferia da cidade, verdadeiras heroinas e verdadeiros heróis, que na maioria das vezes repousam no esquecimento? É dessa forma que devemos tratar nossos heróis da Educação?

Para os gregos antigos, seus heróis atingiam a imortalidade não da forma como hoje a concebemos, mas sim pela memória de seus feitos. Imortal não era aquele que viveria eternamente, mas que seria eternamente rememorado nos templos por aquilo que realizou em vida. Marina se tornou imortal e essa escola é seu templo.

Nossa irmã jamais morreu em nossos corações. Viverá para sempre através da imortalidade que vocês todos proporcionaram a ela.

Muito obrigado a todos.


Eduardo Melander Filho


26/04/2008

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