segunda-feira, 2 de março de 2009

A EVOLUÇÃO DA ESCRITA NA GRÉCIA PRÉ-CLÁSSICA

Escrita Linear A

Escrita Linear B


Prof. Lic. Eduardo Melander Filho

Na idade do Bronze, utilizava-se do selo como instrumento de controle da estocagem da produção, que conhecemos através de sua forma direta ou através da impressão, sistema utilizado no nordeste do Mar Egeu, nas Ilhas Cíclades, em Creta, no Peloponeso (sul da Grécia) e na Grécia central. De formatos zoomórficos (forma de animais), cônicos, piramidais, prismáticos, cilíndricos e outros, os selos eram feitos de terracota, metal, marfim ou pedras diversas. Tinham como função: imprimir uma decoração sobre um vaso ou como marca de oleiro (ceramista). Aplicado sobre a lacração de vasos contendo produtos, funcionava como instrumento de controle econômico.
Nos tempos finais do Bronze, com o surgimento dos primeiros palácios, houve a difusão mais generalizada do uso do selo, conforme 2.300 objetos referentes a selos ou impressões encontrados em escavações arqueológicas. Os materiais também se diversificaram, utilizando-se a cornalina, ágata, cristal de rocha e outros na fabricação dos selos. Diversificaram-se também os motivos com o aparecimento de sinais de escrita, zoomorfos e antropomorfos (de forma humana) organizados em cenas. A maioria deles era utilizada para proteger sistemas de fecho e como sinal de quem exerce esse controle, privado ou oficial. Surgiram também as marcas de oleiro, as marcas de pedreiro, a escrita hieroglífica e a escrita línear A.
As marcas de oleiro são incisões ou impressões por selo, de motivos geométricos simples, em vasos antes de sua cozedura. Aparecem como motivos correntes: a “mão enluvada” e o “bicrânio”, que também são sinais que aparecem nas escritas hieroglífica e linear A.
As marcas de pedreiro aparecem em blocos de pedra talhadas nos sítios cretenses. São sinais de escrita ou geométricos, ligados à pedreira de origem do material ou ao pedreiro.
A escrita hieroglífica surgiu como um fenômeno novo. Análogos (semelhantes) aos encontrados nos selos, são sinais: geométricos (ziguezague, cruz, flecha, triângulo); evocando objetos (machado simples, machado duplo, vasos, navio, casa, sol, lua, montanha, flores e plantas); evocando animais (peixes, quadrúpedes, pássaros, insetos) e evocando homens (em pé, sentado, olho, mãos, pernas).
Provavelmente é uma escrita de sistema silábico de tipo aberto, como a linear A e a linear B. A língua é desconhecida, mas a natureza dos textos é conhecida por analogia (comparação) com textos do sistema linear B e por estarem repletos de cifras: trata-se de arquivos contáveis em numeração decimal. É um sistema de controle da atividade econômica ligado ao sistema palacial de organização da sociedade e da economia.
A escrita linear A, possui um terço de seus sinais análogos à hieroglífica, com uma diminuição de sinais figurativos e aumento de sinais geométricos. Provavelmente é também silábica de tipo aberto. A presença de ideogramas (sinais que representam idéias) também é notória, como notória é a ausência de sinais dessa escrita em selos. A língua, possivelmente flexionada, é desconhecida, correndo-se o risco de se chegar a ler sem compreender. Também nesse caso a natureza dos textos é conhecida: são arquivos contábeis de matérias primas, manufaturados, alimentação, animais, homens e mulheres.


FONTES

MELANDER FILHO, Eduardo. A Evolução da Escrita na Grécia Pré-Clássica. Gazeta de Interlagos: São Paulo, 27 fev 2009 a 12 mar 2009. História, p. 2.

MELANDER FILHO, Eduardo. A Evolução da Escrita na Grécia Pré-Clássica. Gazeta de Interlagos: São Paulo, 27 fev 2009 a 12 mar 2009. P. 2. Disponível em: <
http://www.gazetadeinterlagos.com.br/colunadoleitor.html#2>. Acesso em: 02 mar 2009.

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