segunda-feira, 12 de outubro de 2009

PARAÍSO EM PORTO COLÔMBIA

A beleza das garças e tuiuiús do Rio Grande

Biguás às margens do Rio Grande em Planura-MG

Águas do Rio Grande e do Rio Pardo que não se misturam

Grande Pintado



Prof. Melander

Conversando com freqüentadores do bar dos pescadores do jardim Bela Vista que são leitores assíduos desse jornal, além de já terem sugerido vários temas para os artigos que escrevemos nessa coluna, contaram-nos sobre a pescaria de Dourados enormes e Pintados de mais de 15 kg no Rio Grande da região de Porto Colômbia, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Como de início não acreditamos que peixes desse porte ainda poderiam existir em rios tão próximos à capital do nosso Estado (a região dista 500 km partindo de Interlagos), resolvemos conferir “in loco”.
O trecho do Rio Grande que visitamos é situado entre os municípios de Colômbia-SP e Planura-MG (antiga Porto Cemitério) e entre as barragens de Porto Colômbia e Marimbondo, que são duas das treze barragens que possui o referido rio. Entramos também por barco a motor no curso do Rio Pardo, atravessando sua desembocadura (no Rio Grande), adentrando alguns quilômetros em São Paulo (Estado). As águas desse rio são barrentas e quando se encontram com as do Rio Grande, cujas águas são claras, não se misturam, revelando um espetáculo semelhante ao encontro das águas do Rio Negro e Solimões na Amazônia.
A barragem (de Porto Colômbia) propriamente dita faz parte do Sistema Furnas e represa águas entre as cidades de Planura-MG e Guairá-SP. Considerada uma Usina Hidroelétrica de baixa queda (40 m de altura), começou a ser construída em 1969, sendo inaugurada em 1973. Nossa navegação se deu rio abaixo da barragem.
A beleza da região é indescritível, tamanha a variedade de paisagens, de flora e de fauna. O Rio Grande é um rio largo e nessa época do ano (setembro e outubro) está baixando, deixando à mostra a vegetação de sua área de várzea. Seu canal não é muito profundo, podendo se ver o fundo em determinados trechos. Em suas margens vadeiam desde ratões do banhado (castores) até bandos de capivaras, juntamente com aves de rapina, garças, tuiuiús, colhereiras, paturis, biguás, marrequinhos e outros bichos.
Realmente, segundo comprovamos, a região produz grandes Pintados, depois de anos em que se pensava que tinham desaparecido. Os pescadores, usando como iscas lambaris, tuviras, caborjas (cascudinhos), camarões de água doce, minhocas e artificiais, tiram muitos peixes daquelas águas, pescando tanto de “rodada” como "apoitados”. Espetáculo à parte é a pesca da Piapara, que reúne dezenas de barcos num determinado ponto do rio, “cevando” com misturas azedas e através de uma parafernália mecânica, na esperança de bons espécimes.
Além dos já citados Dourado, Pintado, Piapara e os utilizados como iscas vivas, existem outras espécies de peixes: Barbado; Cascudo; Cachara (Surubim); Curimbatá; Corvina de água doce (Pescada do Piauí); Jaú; Mandi-açú (Mandijuba ou Mandiúva); Mandi-chorão; Pacu; Piau-três- pintas; Piavuçú; Caranha; Tabarana; Traíra; Trairão; Tucunaré; Piranha; Acará e Jundiá.
Vale a pena conhecer aquele lugar, nem que seja apenas para se regalar com a natureza.

FONTES:

MELANDER FILHO, Eduardo. Paraíso em Porto Colômbia. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 09 out 2009 a 22 out 2009. História, p. 2.

MELANDER FILHO, Eduardo. Paraíso em Porto Colômbia. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 09 out 2009 a 22 out 2009. Edição 141, p. 2. Disponível em: <
http://www.gazetadeinterlagos.com.br/>. Acesso em: 12 out 2009.

Um comentário:

Radeir disse...

Professor Eduardo!

Ai quem me dera
contemplar "in loco" o Paraíso
- e nele aportar.
*
Aves de nomes singelos
Pintado,Surubim Dourado
- vivos,geram tesouros.
*
Vai, pescador
repousar no Rio Grande
- sem armas ,sem anzóis
*
Composição floral
ensaia com os animais
- a bondade da Terra.