segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A ORIGEM DO HOMEM E DA HUMANIDADE - III

Homo rudolfensis

Homo ergaster

Homo erectus




Professor Lic. Eduardo Melander Filho


Nas edições passadas escrevemos sobre a epopéia evolutiva do homem, desde os primórdios até o Homo habilis, o primeiro espécime do nosso gênero.
A nova espécie teve um aumento no cérebro, possivelmente para ter capacidade de trabalhar com uma cartografia mais ampla dos espaços abertos das savanas e perceber detalhes que não existem numa floresta fechada, como o vôo das aves e o movimento de carniceiros. O Homo habilis foi a primeira espécie a produzir instrumentos. Os primeiros líticos (artefatos de pedra) foram encontrados na região de Afar, na Etiópia, datados em 2,5 milhões de anos atrás. Essas lascas foram produzidas de uma forma que é classificada como modo técnico I ou Olduvaiense. São instrumentos biológicos, ou seja, estendiam a morfologia do indivíduo. Provavelmente eles produziam os líticos a partir de necessidades imediatas e não por um planejamento prolongado, resultado do mantenimento por longo tempo da idéia de fabricar um instrumento. Procurava-se um atributo nos artefatos e não uma forma permanente.
Bernard Wood, que foi o descobridor do Homo habilis, descobriu também outro espécime a que deu o nome de Homo rudolfenses, muito embora hoje se aceite que esta última é apenas uma variante da primeira.
O Homo rudolfenses difere da anterior por possuir uma face mais achatada e larga, molares e pré-molares mais alargados com coroas e raízes mais complexas, possuindo também um crânio maior.
Surgiu então uma outra espécie mais avançada sob ponto de vista evolutivo: o Homo ergaster, que chegou a conviver com o Homo habilis em algumas regiões. Encontrado no lago Turkana, no Quênia, apresentou datação de 2 a 1 milhão de anos atrás. O corpo mudou em relação aos anteriores, apresentando proporções semelhantes a nossa. Seu crânio foi medido em 800 ou 900cc. Surgiu com o Homo ergaster uma nova indústria lítica, o modo técnico II ou Acheulense. Os artefatos produzidos apresentavam formas pré-determinadas, indicando que a intenção de fabricá-los existia antes na mente do autor. No entanto, os primeiros fósseis do Homo ergaster foram encontrados juntamente a artefatos produzidos pelo modo técnico I, indicando que o modo técnico II, tratou-se de inovação cultural. Eram comedores de carne ou carniça, prática que os Homo habilis já haviam começado. Foram os primeiros a sair da África e povoar a Ásia e a Europa, através de migração em escala.
Eugene Dubois encontrou em Trinil, na ilha de Java, uma abobada craniana, juntamente com um molar e um fêmur, batizando inicialmente o espécime de Pithecanthropus erectus, posteriormente classificado como Homo erectus. Possuía uma medida craniana de 813 a 1050 cc. A maioria dos antropólogos considera o Homo erectus, apesar de ser mais robusto, da mesma espécie que o Homo ergaster. Foi datado de 1,8 milhão de anos atrás.
Continuaremos no próximo número.


FONTES:

MELANDER FILHO, Eduardo. A Origem do Homem e da Humanidade – III. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 28 nov 2008 a 04 dez 2008. História, p. 2.

MELANDER FILHO, Eduardo. A Origem do Homem e da Humanidade – III. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 28 nov 2008 a 04 dez 2008. P. 2. Disponível em: <
http://www.gazetadeinterlagos.com.br/colunadoleitor.html#2>. Acesso em: 01 dez 2008.

2 comentários:

Vanessa Brito disse...

Sr. Melander, baseado em seu texto o que tem a dizer sobre a Evolução das caracteristicas craniometricas?
Qual ponto de partida (se é que existe um) para que possamos então compreender e relacionar a craniometria/cefalometria com o H. s. sapiens?
Texto muito bom, mesmo!

edmelander disse...

Vanessa Brito

Por favor, mande-me uma mensagem email para que eu possa rsponder à sua questão. Meu endereço é: edmelander@gmail.com
Abraços